Para deixar bastante claro, o absurdo do nosso cotidiano, a loucura a qual somos induzidos, gostaria de citar alguns trechos do livro "O vendedor de sonhos" e junto o meu protesto!
No passado o sistema masculino considerava as mulheres uma classe inferior. Porém, com o tempo, elas se libertaram, resgataram parcialmente seus direitos. Começaram a votar, brilhar no mundo acadêmico, crescer no mundo corporativo, ocupar espaços nos mais diversos territórios sociais; as mulheres tornaram-se cada vez mais ousadas. Com eficiência começaram a mudar algumas áreas vitais da sociedade, a introduzir tolerância, solidariedade, companheirismo, afeto e romantismo. Mas o sistema não as perdoou pela audácia.
Preparou para elas a mais cafajeste e sorrateira das armadilhas. Em vez de exaltar sua inteligência e notória sensibilidade, começou a exaltar o corpo da mulher como nunca na história. Usou-o exaustivamente para vender produtos e serviços. Aparentemente elas se sentiram bem. Parecia que as sociedades modernas estavam querendo compensar milênios de rejeição. Ingênuo pensamento.
Quando as mulheres se sentiam no trono do sistema masculino, o mundo da moda as aprisionou no mais grave e sutil estereótipo! O estereótipo do belo, no mundo da moda, começou a ser formado pela exceção genética. Que desastre! Que injustiça!
Para maximizar as vendas e gerar uma atração fatal entre mulheres, o mundo fashion começou a usar o corpo de jovens completamente fora do padrão comum como protótipo de beleza. Uma entre dez mil jovens de corpo magérrimo e fácies, quadris, nariz, busto e pescoço estritamente bem-torneados tornou-se ao longo dos anos o estereótipo do belo. Que consequências no inconsciente coletivo!
A exeção genética virou a regra. As crianças transportaram as bonecas Barbies com seu corpo impecável para o teatro da vida, e as adolescentes tranformaram as modelos em um padrão de beleza inalcançável. Esse processo gerou em centenas de milhões de mulheres, uma busca compulsiva do estereótipo, como se fosse um droga. Elas, que sempre foram mais generosas e solidárias que os homens, se tornaram, sem perceber, carrascas de si mesmas.
Tal modelo penetrou como uma bomba silenciosa no nosso inconsiente, arrebentando com a nossa autoimagem, causando um terrorismo contra a autoestima, algo jamais visto na história. Quando as mulheres pensavam que estavam voando livremente, o sistema tosou-lhes as asas com a "síndrome da Barbie".
O sistema social é astuto, grita quando precisar se calar e se cala quando precisa gritar. Nada contra as modelos e os inteligente estilistas e criativos estilistas, mas o sistema se esqueceu de gritar que a beleza não pode ser padronizada.
É importante destacar a importância e a beleza de cada mulher. Lembra-las de que cada beleza é única e nada pode fazê-las menos importantes!
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