É engraçado como um final de semana nublado caminhado para casa na companhia de uma brisa gelada pode trazer-nos resquícios de nossos pensamentos sendo capaz de trazer a tona emoções mil afogadas em um sentimentalismo bobo. Talvez seja porque com o dia nublado temos maior facilidade de abrir os olhos e olhar a nossa volta, talvez porque em dias frios buscamos aquilo que nos aquece e percebemos que nem tudo é capaz de aquecer nosso coração que é quase sempre frágil. Então, neste momento, começamos a lembrar tudo que nos faz felizes e, consequentemente, o que já não nos faz mais tão felizes.
Já quase conseguindo ver mais um final de ano que surge bem debaixo do nosso nariz é quando começo a pensar no início, no decorrer e, incontrolavelmente, nos anos que já se foram. Não é uma simples questão de nostalgia, nem significa que estar preso ao passado. Apenas nos atenta de que tudo que já vivemos foi importante e nos serviu para nos tornarmos quem somos hoje! Hoje percebo que é como um velho clichê que diz que somos como diamantes que precisam ser lapidados. A sabedoria faz com que aprendamos sem precisar passar necessariamente pelo sofrimento mas, como estamos mais acostumados a usar a inteligência do que a sabedoria, acabamos por aprender com nossos erros e amadurecer pelo sofrimento. Isto nos faz ser como crianças que a mãe diz para não correr pois o piso está molhado e vamos escorregar mas corremos mesmo assim.
Mas com o passar do tempo, vamos valorizando mais as coisas mais singelas e percebendo que a vida é muito mais do que nosso quintal e percebendo ao mesmo tempo um dos maiores valores, se não o maior, está dentro de casa mesmo, afinal, o que é a vida se não uma viagem de volta para casa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário